domingo, 25 de outubro de 2020

O Imaginário

 


Sonho, a sonhar, me sinto voando.
Nas nuvens, de pés descalços, eu ando,
Bebo, na beleza do sol, o entardecer
mas, temo um dia meu sonho derreter.
 
Sonho com a liberdade, tão fria quanto quente.
Mas, é preciso que meu coração experimente,
tal dualidade de sentimentos, que me sufoca.
Tamanha emoção me eleva e me afoga.
 
Sonho, e percebo que a ponte para liberdade,
cobra no seu pedágio, o desapego da realidade
que, nem sempre, consigo pagar com dignidade.
 
Sonho, porque sobrevoo o mar da imaginação,
e me permito intensos mergulhos na emoção
que me fazem entender o que é a razão...

Do caos ao imaginário (Poema)

 

Viver em isolamento
induz o caos no pensamento.
Nesses dias, dúvidas existenciais
convivem com questões banais.
 
Rotinas cotidianas
são encaradas por doudivanas
perdidas em ações triviais,
percebidas como, intermináveis, fossas abissais.
 
Nessa realidade atópica,
até o trabalho caseiro
ganha dimensões erráticas
Pois, hoje nada é useiro.
 
Cerceado em minha liberdade,
abduzido por inverdades
busco refúgio no sonho
pois, nas lembranças, energias reponho.
 
Encontro na memória
imagens de eternos momentos.
Então, continuo lutando uma luta inglória
para fazer florescer sinceros sentimentos.
 
Assim, apaziguo
o caos que experimento.
Mesmo que por instante exíguo,
e resguardo minha sanidade para outro tempo...

Do caos ao imaginário (Por quê?)

 

O caos, segundo o filósofo grego Platão, é o estado de desordem dos elementos que vigora antes que Demiurgo, organizador do universo, ponha ordem na matéria caótica. Mas sem criar a realidade. Neste instante, essa definição faz um grande sentido, considerando a desordem de sentimentos, conceitos e realidade a que estamos submetidos. Nada faz sentido, ou melhor os sentidos mudaram, estão em reorganização. Em determinados momentos parece que o organizador do universo desistiu, foi vencido pelo caos e, portanto, o caos é o novo normal.

Não precisamos ficar presos a um “porto de ilusões”, trocando a verdade pelo prazer de estar em paz. Como aborda o filósofo alemão Nietzsche em seus trabalhos sobre o "sonhar contemporâneo". Mas, com o intuito de resguardar a sanidade do pensamento, podemos, de forma crítica, buscar no sonho da memória, alento para essa realidade liberal antiutópica, altamente entorpecente, que se apresenta.





Isolamento

  Socialmente distanciados, amargurados pela solidão, que nos aflige e não dá perdão.   Nem assim calados. Impulsionados pelo mome...