Um garoto carioca típico dos anos setenta do século
XX, frequentador assíduo da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, cabelo
parafinado, sem muita expectativa ou interesse em buscar um trabalho, vivia de
bicos! Surfista por opção, naturalista por convicção.Certo dia se apaixonou, pela menina mais linda
da praia, surfista com o corpo dourado pelo sol do verão. Apaixonados, trocaram
juras de amor admirando o pôr do sol no Píer de Ipanema.
O Píer, assim conhecido, era uma estrutura
metálica montada para a instalação do emissário submarino, que lançaria esgoto
urbano a quilômetros mar adentro, que cortava as areias da praia e produzia as
melhores ondas, disputadas por grandes surfistas. O local virou point onde artistas
psicodélicos se misturavam aos jovens surfistas para conversarem e sonharem.
O romance floresceu, os apaixonados se
casaram, tiveram filhos, trabalharam, curtiram, viajaram, viveram... Os anos
passaram, o século mudou, os sonhos mudaram. Não existe mais o Píer, as ondas e
as areias perderam o seu glamour. O Psicodelismo virou moda que passou. Mas o
amor construído a partir de uma paixão praiana continua surfando nas melhores ondas
de um píer que um dia existiu.